Menu de Baco XVI – Cachorro-quente e Espumante Asti

E lá vamos nós para mais uma harmonização virtual, criado pelos blogs Gourmandise e Le Vin au Blog, e dessa vez eles se superaram: Cachorro-quente e Espumante Asti minha gente. Quem topa?
Nós topamos a brincadeira na hora: comprei o Asti Spumante Araldica e a Vanessa pôs a mão na massa, quer dizer, nos molhos, já que a Nina do Gourmandise, para dar um toque diferenciado no tradicional cachorro-quente, mandou as receitas da mostarda e da maionese. Veja as receitas:
Mostarda
55g de sementes de mostarda (grãos amarelos)
3 grãos pimenta do reino branca moída na hora
3 grãos de pimenta do reino negra moída na hora
1/2 tbsp de flor de sal ou sal marinho
50-80g de água mineral ou filtrada
150-200g de vinagre de vinho branco (boa qualidade)

Modo de preparo:
Reserve 8g (“quebro grosseiramente”) das sementes de mostarda e moa o restante com as pimentas, até obter um pó. A semente de mostarda é bem rígida. Use almofariz/pilão. Una a água e deixe hidratar por 20 minutos.
Junte as mostardas não moídas e o vinagre. Nesta etapa, pode usar o liquidificador, para auxiliar na confecção de uma emulsão.
Misture tudo muito bem e coloque em pote hermético esterilizado. Deixe descansar por 24h em temperatura a ambiente. Armazene em geladeira.
Caso não tenham almofariz, comprem a mostarda em pó de boa qualidade.

Aïoli
1 dente de alho (retire o centro do bulbo) picado grosseiramente
1 gema de ovo
sal
pimenta do reino moída na hora
120ml de óleo de girassol ou milho
80-100ml de água filtrada
20ml de azeite extra virgem
gotas de suco de limão ou vinagre de vinho branco (3-5g)

Modo de preparo:
Moa o alho com auxílio de faca ou almofariz. Reserve.
Aqueça água para banho-maria em uma panela estreita. Se ferver, desligue. Coloque a gema num bowl (maior que o diâmetro da panela) apoiado sobre a panela com água quente (de maneira que encaixe e fique firme). Bata com fouet (batedor de arame), una o suco de limão, continue a bater. Una o óleo em fio, aos poucos, alternado com a água batendo para não perder a emulsão. Una o sal, a pimenta e o alho. Mantenha no banho-maria até adicionar pelo menos metade do óleo e água. Bata até ficar emulsionada, mas fluída o suficiente para usar como molho. Reserve na geladeira até o uso. Dura 1 dia em geladeira.

Mas e aí? Harmonizou?

Vanessa disse:
“Então… o molho aïoli é bem fácil de fazer, é como uma maionese, só precisa tomar cuidado com o ponto. A minha não ficou tão fluída, ficou com uma consistência mais firme (fiquei com medo de exagerar na água e ela desandar). Acho que meio dente de alho era suficiente, porque a nossa ficou bem forte, mas mesmo assim ficou muito boa! Já a mostarda, dá um pouco mais de trabalho, porque é preciso fazer com antecedência. Mas nada que uma boa mostarda comprada não resolva, se você estiver com preguiça de fazer ou resolver de última hora…
Compramos uma mini baguete bem crocante e o cachorro-quente ficou bem gostoso. Eu sou daquelas que acreditam que, quando se trata de cachorro-quente, menos é mais. Um bom pão, uma boa salsicha e esses molhos deliciosos… não tinha como dar errado!
A única coisa que não ficou boa na harmonização foi o espumante. Ele era muito doce e não tinha acidez para conseguir harmonizar com os ingredientes fortes da receita. De verdade, um bom e velho guaraná zero ia resolver bem o “problema”! E esse espumante italiano deve ficar delicioso com panetone…”

O que eu achei:
Nada como preparar um prato com os melhores ingredientes. Ficou tudo muito mais saboroso e o alho deu um toque especial, mas em relação à harmonização, mesmo com toda a força de sabores dos molhos, a doçura do espumante passou por cima de tudo e a acidez da mostarda deixou o Asti ainda mais doce. Deu aquela sensação de “cachorro-quente e guaraná” mesmo, só que com um toque sofisticado. Gostei muito da experiência e quero repetir a dose, só que na próxima, com um espumante com mais acidez.

Dá próxima vez que der aquela vontade de um cachorro-quente, tente assim, você vai se surpreender.

7 comentários em “Menu de Baco XVI – Cachorro-quente e Espumante Asti”

  1. Legal Alexandre.
    Um dia tentarei.Deve ficar um tanto inusitado.
    Abraços,Carolina Escobar

  2. ahaha…

    gostei do "pão chic"…

    ontem fui numa degustação de espumante moscatel e toda hora vinha a imagem do cachorro-quente na cabeça.

    rssss…

  3. O pão de vocês era mais chic….rs A mostarda fica mais saborosa depois de 1 semana. Eu costumo armazenar em pote esterilizado e deixar 7 dias fora da geladeira (sem abrir). Fica mais intenso e a textura mais grossa.
    Também achei que este espumante fez as vezes de um guaraná, só que de maneira mais adequada para nós, apreciadores de vinhos.

    bjo

  4. Boa idéia, Rafaela! Essa mostarda com um frango, hummm… A gente adora participar desses desafios gastronômicos. Pode mandar que a gente topa! Se vcs quiserem, podemos até ajudar na escolha de alguma receita.
    Precisamos ir ao Rio mesmo!

    Daniel, eu acho que um espumante com um pouco mais de acidez cairia bem.

    Beijos,
    Vanessa

  5. Estava esperando o resultado. Confesso que é uma harmonização que eu não pensaria em fazer, mas me pareceu bem interessante. Se não foi bem com espumante, qual vinho que vocês acham que iria legal?
    Abs
    Daniel

  6. Oi, Vanessa!
    Você fez algo que o Claudio (nosso chef aqui em casa – eu sou mera assistente) não fez: leu a receita com antecedência. Nossa mostarda foi preparada no mesmo dia, mas ficou boa mesmo assim. No dia seguinte, ela já virou molho para um frango. 🙂
    Diferente de você, eu gostei bastante do espumante. Acho que sou mais dos doces mesmo. E talvez também por não ser muito fã de refrigerante.
    Ficamos felizes de vocês terem participado. A próxima já está sendo pensada, espero que ainda caiba em 2009.

    Quando vocês vêm ao Rio?

    Beijos.
    Rafaela

Deixe um comentário