O silêncio e o Quinta de La Rosa Porto LBV 2007

Eu não sei exatamente o motivo, mas eu sempre associei o vinho do porto ao silêncio. Talvez  porque ele seja aberto normalmente ao final das refeições, quando as pessoas já estão satisfeitas, tristes até, de tanto comer bem. E já não há mais tanto barulho neste momento.

O vinho do porto é sempre aberto com certa cerimônia. Abre-se lentamente a garrafa e, durante esse processo, novamente o silêncio impera. Quando servido, percebo meus amigos concentrados, em pleno momento de meditação.

Quando estou sozinho em casa e tenho um porto à mão, bebo uma taça à noite, no início da madrugada, quando não há mais barulho da televisão, nem dos carros passando na rua. Só o silêncio. Nessa hora posso apreciar lentamente toda a complexidade desse grande vinho.

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O último que abri foi o Quinta de La Rosa Porto LBV 2007, que me acompanhou por diversas dessas noites silenciosas. Sim, foram algumas noites, porque o porto, se possível, deve ser bebido devagar. Melhor ainda se acompanhado de um pedaço de chocolate amargo ou um Senhor Brigadeiro.

E quanto mais silêncio, mais se aproveita suas nuances. Aromas profundos de fruta já passada, mel, anis e café torrado. Na boca é muito macio, taninos já arredondados pelo tempo, acidez lá em cima e a potência esperada e deliciosa dos 20% de álcool.

No Brasil existem vinhos do porto para todos os gostos e bolsos. Isso quer dizer que você não tem desculpa para não se dar ao direito, de ter momentos assim de silêncio e meditação. Confie, faz  bem para o corpo e a alma.

O Quinta de La Rosa Porto LBV 2007 você encontra na Ravin.

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