Uma grande parte dos países produtores de vinho, acabaram adotando uma uva símbolo. Foi assim com a syrah na Austrália, a sangiovese na Itália, a tempranillo na Espanha, a malbec na Argentina, a pinotage na África do Sul entre tantos outros. Na teoria, a estratégia de marketing funciona, porque direcionando a comunicação para uma única uva, o entendimento e assimilação pelos consumidores fica mais fácil, mas na prática, ao longo do tempo essa estratégia acaba ofuscando verdadeiras jóias.
Neste último Tannat Tasting Tour, que aconteceu aqui em Campinas, provei logicamente grandes vinhos de tannat, a uva símbolo do Uruguai, mas fiquei bastante impressionado com a qualidade dos vinhos da uva sauvignon blanc. Diferente de outros países onde a sauvignon blanc é marcada pelo excesso de notas herbáceas e florais, o sauvgnon blanc do Uruguai é mais frutado, cítrico e com uma acidez deliciosa. E para melhorar ainda mais, são baratos. Encontrei vários deles, muito bons, por menos de R$ 50,00.
Veja abaixo uma lista de alguns que provei e gostei bastante:
- Finca Narbona Sauvignon Blanc 2013
- Ysern Sauvignon Blanc 2013
- Garzon Sauvignon Blanc 2014
- Gimendez Mendez Sauvignon Blanc 2014
- Pizzorno Sauvignon Blanc 2014
Mas o Uruguai reserva outras surpresas. Provei um opulento corte de merlot, tannat e zinfandel (isso mesmo, zinfandel!) da Bodega Artesana (ainda sem importador) e o Figueira Sauvignon Gris 2013, o único dessa uva no país. Provei também o delicioso Marichal Reserve Colection Pinot Noir Blanc de Noir Chardonnay da Bodega Marichal e o Criado en Roble Blend Tinto 2011 da Bodega Toscanini, outro incrível corte de tannat, merlot e syrah que no nariz lembra os vinhos espanhóis de longa guarda.
A simples e feliz conclusão que cheguei é a seguinte: o Uruguai produz ótimos vinhos e precisa ser mais lembrado na hora de renovar a adega.