Se tem uma coisa que me irrita muito, é o mal serviço do vinho que tenho assistido e esse verdadeiro show de horrores às vezes começa ao telefone, acompanhe:
EU: Boa noite, gostaria de levar um vinho ao seu restaurante. Vocês cobram taxa de rolha?
ATENDENTE: Como?
EU: (reperti a mesma frase pacientemente)
ATENDENTE: Um momento por favor…
EU: Alô?
ATENDENTE(2): Boa noite, em que posso ajudá-lo?
EU: (reperti a mesma frase com menos paciência)
ATENDENTE(2): Sim senhor, cobramos uma taxa pelo serviço.
EU: Ah sim…e qual o valor?
ATENDENTE(2): Hummm…que tal R$ 15,00?
EU: (desconfiado) Fechado então. Obrigado.
Peguei meu vinho, um sauvignon blanc que queria beber com a comida japonesa, especialidade da casa, coloquei numa bolsa e seguimos então ao restaurante.
Ao chegar no local, a recepcionista me olhou com certo pânico segurando aquela bolsa com uma garrafa dentro e pude então sentir a sensação estranha de ser um alienígena. Ela nos levou à mesa e chegou então o sujeito que negociou comigo a taxa de serviço. Olhou o vinho, sorriu e seguiu para o fundo do restaurante. Logo em seguida nos trouxeram um balde de gelo, taças bacanas e pensei comigo – deve ser implicância minha, está tudo bem, eles sabem o que estão fazendo.
Mas eis que de repente, me aparece o garçon que iria “executar” o serviço. Ele chega todo sorridente, pega a garrafa do balde, fita-a com aquele ar de sabichão e, num movimento rápido, tira o saca-rolhas do bolso. Neste momento tenso começo a ficar com um frio na barriga – a tampa era de rosca. Mas antes que ele tente arrebentar a tampa com o saca-rolhas, interfiro:
EU: Oi…
GARÇON: Pois não senhor? (ele interrompe a investida contra a tampa)
EU: Posso te dar uma dica?
GARÇON: Sim, é claro.
EU: Essa tampa é de rosca então não é preciso do saca-rolhas…
GARÇON: Puxa, é verdade. Como não notei!? (pois é…)
EU: (sorri nervosamente)
Não contente ele começa a tentar tirar girar a tampa cada vez mais forte, violentando a garrafa com as duas mãos, então num ato desesperado interferi novamente:
EU: Oi…
GARÇON: Pois não senhor….(ofegante)
EU: Posso te dar mais uma dica?
GARÇON: É claro…
EU: É só você segurar a tampa inteira com uma mão e girar facilmente.
GARÇON: Puxa que fácil! Muito obrigado senhor.
EU: De nada.
Como ele me encheu a taça até a boca na primeira vez, pedi que deixasse que eu mesmo me serviria durante o jantar.
O garçon saiu de certa forma envergonhado por não saber o que estava fazendo, mas sinceramente é pedir muito TREINAR os funcionários no serviço do vinho? É tão caro assim? Demora tanto assim?
Continuo me achando um alienígena, mas pelo amor que tenho ao vinho, vou continuar tentando ensinar ou pelo menos alertar. Quem sabe um dia seremos uma nação que precise menos de abridor de garrafas de cerveja?
Caro, Alexandre.
Esse problema, infelizmente é nacional, mais venho por meio de treinamento, procurando mudar essa realidade, junto aos meus clientes.
Um grande abraço.
Fla meu amigo alexandre.
Brother, concordo com você!
Tem muito lugar que não dão ênfase nisso, mas que acho pessoalmente um detalhe se não tão importante quanto escolher um bom vinho.
Um serviço mal prestado muitas vezes arruina até mesmo o que era para ser um excelente jantar.
passei algo semelhante como te disse esta semana mas em um loja com importados.
Achei simplesmente abominável a forma que fui tratado em loja.
Grande Abraço a todos.
jean
Gostei, alem do lado dramático da situação, fica engraçado mesmo !!
Beijo
Dorothée
Da próxima vez não inventa, venha ao Olivetto…
Abraço
Diego
e digo mais gente…
isso não exclusivo de restaurante japonês não, já passei a mesma coisa com um casal amigo num restaurante italiano.
a coisa está feia.
Caro Alexandre,
Já vivenciei uma situação parecida com um serviço muito mal prestado, inclusive com a desculpa mais esfarrapada que já ouvi na minha vida.
O garçom quebrou a rolha na garrafa e teve o capricho de dizer que era a rolha que estava com problema, o caso foi citado no meu blog: http://wp.me/pADOS-m, engraçado mas lamentável.
Não posso deixar de concordar com vc, o serviço do vinho em alguns restaurantes está muito aquém do aceitável.
Um abraço!
Alexandre
http://www.alexandrequeiroz.wordpress.com
O comentário do Paulo é impagável!!!
Já testei 2 japoneses no Brooklin-SP, as experiências foram um pouco melhores, mas ruins tb. No Migoto não cobraram rolha, mas não tinha serviço algum, no Kawa a taxa foi de R$25,00.
Um brinde,
Denys Roman
http://www.twitter.com/caveantiga
Alexandre,
Passei por situação parecida a sua num restaurante também japonês. A dificuldade do garçon abrir um espumante era tremenda, não sei se era uma luta greco-romana ou uma luta que passa no UFC.
Segue o post que eu conto a aventura…
http://confraria2panas.sosblog.com/Confraria2Panas-b1/Rolha-x-Servico-b1-p42.htm
abraço,
Alexandre esta situação é corriqueira, difícil ir a um restaurante que de um atendimento condizente com a taxa que se cobra. Acho que até 15 reais é aceitável pela rolha pois a risco de quebra, limpeza e etc….
Um outro fator lamentável é a sobre taxa, alem de cobrar a rolha, ainda cobrar 10% sobre serviço da rolha! taxa sobre taxa!
No jantar de sexta feira com casais de amigos, devolvemos a conta e nos negamos a pagar a sobre taxa. O dono ficou irritado, mais não teve jeito teve que acertar !
Parabéns pelo desabafo, precisamos mostrar a nossa insatisfação. Afinal a gente é quem paga a conta!
Abs e saúde
Ahahah!
Mas também que mandou você ir a um restaurante japonês. Eu desconfio muito desse tipo de restaurante que o guardanapo vem quente e a comida fria.
Se fosse a uma tratoria a história seria outra.
Abraços