Da modernidade para a tradição. Como tantas outras famílias que vieram para o Brasil no final do século 19, os Brandelli cultivavam uvas apenas para a venda à granel e só bem mais tarde produziram seus próprios vinhos.
Nos anos 70, resolveram substituir o cultivo de uvas americanas por uvas viti viníferas e só em 1991, a Don Laurindo lançou sua primeira safra de vinhos finos.
Sob o comando de Ademir Brandelli, enólogo há 34 anos, a Don Laurindo vai muito bem. São focados apenas no mercado interno e do total das vendas, 60% são feitas pela internet e 20% são feitas diretamente na vinícola trazidas pelo enoturismo, já que está em uma localização privilegiada no Vale dos Vinhedos.
Com uma estrutura enxuta, apenas 11 funcionários, desses 7 na loja, atende a todos os visitantes de forma bastante atenciosa e rápida.
Suas instalações são bem cuidadas, mantendo lado a lado, de forma harmônica, a história da vinícola e o necessário processo moderno de produção. Atualmente produzem cerca de 120.000 garrafas/ano.
Na degustação, tive ótimas surpresas e os vinhos que mais me chamaram a atenção foram:
Don Laurindo Brut Champenoise
Boa complexidade aromática, frutas brancas, fermento, nozes e na boca cremoso e quilibrado.
Merlot Reserva 2009 D.O.
O primeiro vinho da vinícola produzido dentro dos critérios da nova D.O. (Denominação de Origem). Um merlot muito bem feito, aromas de ameixa preta, especiarias, na boca também é frutado, bom corpo, taninos finos, estruturado e final tostado.
Tannat 2002
Apesar do nome, esse vinho tem 20% de anchelotta, o que o torna ainda melhor e complexo. Notas de terra molhada, couro, azeitona e na boca tem corpo, levemente adocicado e taninos macios.
Algumas fotos da Don Laurindo
Por fim, o Sr. Ademir ainda nos presenteou com a prova de um Don Laurindo Merlot 1996 sensacional. Mas essa, é uma história para outro post.
Gostaria muito de apreciar a essência desse vinho. Me chamou atenção por ter o mesmo sobrenome.