Dizem que um grande vinho, sempre vem acompanhado de uma grande história. Eu concordo plenamente. Sempre que escolhemos um vinho especial para abrir, mentalmente sua história vem à cabeça o que deixa a bebida ainda mais especial. Essa é a magia do vinho.
O Valdivieso Caballo Loco é um desses vinhos, cheio de histórias e curiosidades. O nome, para começar, vem do apelido de seu idealizador, Jorge Coderch. Jorge é um dos donos da vinícola e foi apelidado pelos amigos de “Caballo Loco”, porque era conhecido por sua grande vitalidade e persistência. O Caballo Loco não tem safra, mas sim um número, já que é feito da mistura de vinhos de 2 ou mais anos.
Não há indicação das uvas em seu corte, porque nem sempre são as mesmas e o mais curioso – cada nova edição do Caballo Loco é feito sempre com metade do vinho da safra atual e a outra metade com o vinho das safras anteriores, reservada especialmente para o corte. Com isso, mesmo que você compre o último Caballo Loco N.o 15, haverá nele um traço do Caballo Loco N.o 1.
Independente de sua curiosa história, o Caballo Loco é um ótimo vinho e pude comprovar isso provando não só uma, mas um vertical de 5 safras, em um evento promovido pela importadora Ravin, que traz o vinho para o Brasil com exclusividade.
Quem apresentou essa incrível vertical foi Brett Jackson, o enólogo neozelandes que trabalha há 20 anos no Chile e um dos responsáveis pelo sucesso do Caballo Loco.
Caballo Loco N.o 2
Feito de um corte de uvas Malbec, Cabernet Franc, Merlot, Cabernet Sauvignon, Pinot Noir, o N.o 2 tem 50% da colheita de 1995 e 50% das colheitas entre 1990 e 1994. Já com traços de evolução, apresentou aromas de frutas passadas, notas de couro, tabaco, terra molhada. Apesar da idade, tinha taninos ainda vivos, boa acidez e final longo longo.
Caballo Loco N.o 4
Me pareceu um dos mais equilibrados do painel. Feito de um corte de uvas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Syrah, Pinot Noir e Merlot. Muito frutado e notas de tabaco, tem taninos redondos, acidez equilibrada. Apesar do final mais curto é muito elegante.
Caballo Loco N.o 7
Feito de uvas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Merlot e Malbec. Este me pareceu mais fechado no início, mas com o tempo aberto evoluiu muito, mostrando a fruta um fruta bem madura e notas de tostado, côco e mentolado. Taninos ainda muito vivos e em grande quantidade, acidez alta e potente. O N.o 7 corresponde a um vinho de 10 anos.
Caballo Loco N.o 10
Feito de uvas Cabernet Sauvignon, Malbec, Merlot e Carmenere. O N.o 10 revela uma fruta vermelha mais fresca e um leve herbáceo, pela presença maior de carmenère no corte. Na boca é mais magro, curto e taninos finos.
Caballo Loco N.o 12
Feito de uvas Cabernet Sauvignon, Malbec, Carmenere e Merlot. Um vinho ainda muito jovem e potente. Muita fruta negra, tostado, pimenta. Taninos mais rústicos, ótima acidez, longo.
O Valdivieso Caballo Loco é, sem dúvidas, um grande ícone chileno, mas percebi que seu auge acontece aos 10 anos. Para mim, o Caballo Loco N.o 7 foi o melhor do painel e está pronto. Os anteriores, mesmo muito bons, já não tem o mesmo brilho e força que é a proposta desse grande ícone chileno.
Atualmente você encontra o Valdivieso Caballo Loco N.o 15 na Ravin.