As outras faces do Caballo Loco

O vinho Caballo Loco sempre me chamou a atenção. Mesmo quando nem havia provado, ao ouvir seu nome, foi difícil de esquecer. Só recentemente pude prová-lo e ver na taça, que não é só fama.

Sua história começa em 1994, quando a vinícola chilena Valdivieso resolveu produzir seu vinho ícone. Para compôr o blend desse grande vinho, selecionou vários vinhos da melhor qualidade, sem safra. Não interessava a idade dos vinhos que fariam parte do ícone, mas sim a alta qualidade.

Nasceu assim em 1995 um grande vinho dessa mistura, ainda sem nome. Só depois, inspirado no apelido dado ao diretor geral da vinícola, Jorge Coderch, por sua grande vitalidade e paixão, nasceu então o Caballo Loco. Desde então, ano após ano, o Caballo Loco é feito sempre com metade do vinho da safra atual e a outra metade com o vinho das safras anteriores, reservada especialmente para o corte.

No evento em que estive recentemente promovido pela Ravin, o próprio Jorge Coderch veio apresentar o Caballo Loco N.o 13 e mais duas surpresas, o Caballo Loco Grand Cru Apalta 2010 e o Caballo Loco Grand Cru Maipo Andes 2012.

Primeiro foi servido o Caballo Loco Grand Cru Apalta 2010, para mim a grande surpresa da noite. Um vinho potente, aromas explosivos de fruta negra madura, couro, chocolate, especiarias e no paladar não menos exuberante – frutado, acidez alta, taninos em grande quantidade e longo final.

Caballo Loco Grand Cru Maipo Andes 2012 é, digamos assim, um cavalo mais domado. Aromas mais fechados, discretos, na boca é macio, taninos polidos, muita fruta negra também e de acidez equilibrada. Muito bom, mas sem a expressão do primeiro. É uma questão de gosto. Sou mais o primeiro.

Ambos passam 15 meses em barricas e mais 9 meses descansando em garrafa.

O terceiro é a tradução de equilíbrio, força e elegância. Caballo Loco N.o 13 é um corte de cabernet sauvignon, carmenère, malbec, cabernet franc e syrah. Aromas intensos de fruta vermelha madura, couro, especiarias, chocolate e na boca, a fruta e o chocolate se repetem, taninos polidos, acidez equilibrada e final longo de café. Essa beleza passa 24 meses em barrica e mais 12 meses descansando na garrafa.

3 comentários em “As outras faces do Caballo Loco”

  1. Degustei essa semana e achei muito bom, mas não harmonizou bem com carne na chapa realçando muito o álcool no final, com sua explosão de sabores voltando após um chocolate amargo. Mas ficou a impressão esta impressão ruim. Acabo tentando provar bem o vinho antes de comer, para evitar isso. Vinho bom, mas não repetiria pelo valor.

  2. Caro Alexandre,

    Já tinha provado o Caballo Loco nº 9, que achei muito bom. Provei o nº 12 agora e achei melhor ainda, o Caballo é doido mesmo, rsrsrs!

    Abs e saúde

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